domingo, 24 de maio de 2009

Biologia comportamentos e reprodução selvagem de Guppys



Origem



O Lebistes reticulatus, ou simplesmente guppy como é popularmente conhecido, é um peixe extremamente rústico apesar da sua aparência frágil, os primeiros exemplares haviam sido recolhidos por Franklin F. Bond em 1937, vindo a ser renomeado em 1970, para Poecilia reticulata pelo Dr. Endler.

Sobrevive e reproduz-se facilmente em bacias com águas calmas. Os machos são menores que as fêmeas porém muito mais coloridos, possuem um apetite sexual impressionante, ficam o tempo todo acasalando com as fêmeas. As fêmeas são de cor acinzentada, às vezes com uma ou outra bolinha no corpo, porém são muito maiores que os machos.

Não são exigentes quanto à alimentação, comem de tudo. Foram introduzidos em muitos açudes para combater pragas e comer as larvas de mosquitos transmissores de doenças dengue e malária. A eficiência desta e de outras espécies na luta biológica no controle de larvas dos insectos vectores de doenças como a malária, o dengue, a febre-amarela ou a encefalite equina, é com frequência testada, nomeadamente nas regiões tropicais onde o problema era endémico.


Comportamento social

Em muitos locais peixes desta mesma espécie aí encontrad

os vivem permanentemente em cardume, enquanto que não muito afastado dessa segmento mas até no mesmo rio é possível encontrar os indivíduos à procura de alimento separados dentro de um grupo disperso.

Os machos encontrados na natureza exibem apreciáveis áreas do seu corpo e barbatanas com uma certa multiplicidade de zonas, manchas ou padrões. As cores mais f

requentes são o encarnado, o amarelo, o azul, o verde e o branco, acompanhados de um sortido de manchas, linhas ou mesmo áreas pretas.

Os Guppy residentes em cursos de água onde a pressão predatória é maior, atingem a maturidade sexual mais cedo e os machos atingem dimensões menores por esse facto. Ao contrário dos seus parentes, que vivem em locais de menor risco, produzem igualmente mais nascimentos por cada parto e recém-nascidos menores, além de variações na fecundidade.

A diversidade é tal que nalguns casos pode até discutir-se uma eventual especificação embrionária.


Alimentação



Os animais selvagens alimentam-se sobretudo de zooplâncton, pequenos insectos, larvas de insectos, micro algas e detritos de natureza vegetal.

A percentagem destes componentes varia de acordo com a região, o ecossistema e a disponibilidade ao longo do ano.

Em algumas regiões na natureza, a dieta é variável ao longo das estações e sofre eventuais flutuações em função de situações climatéricas específicas. Com uma distribuição geográfica tão vasta, designadamente após as introduções, é impossível descriminar uma dieta típica uniforme. Ainda assim, tendo em consideração algumas pesquisas efectuadas com a Poecilia reticulata em ecossistemas da sua original distribuição, chegaram-se a algumas conclusões interessantes.

As flutuações sazonais ocorrem onde as variações climatéricas são maiores. Mesmo nos climas tropicais mais invariáveis, em determinadas alturas do ano a dieta pode variar em função da disponibilidade deste ou daquele alimento.

Na época das chuvas, os caudais das cheias, para além de causarem uma diminuição de presas vivas como as larvas de insectos, dispersarem os seres vivos em geral por uma área muito mais vasta, além de dificultarem a captura de alimento devido à diminuição da visibilidade causada pela turvação da água.

Devido ao seu metabolismo rápido, especificadamente quando se encontrarem sob temperaturas elevadas, convém alimentá-los em pequenas quantidades mas várias vezes ao dia com alguma frequência (entre 3 a 8 vezes e apenas durante o período de claridade).

As doses ministradas devem ser o suficiente para os peixes as consumirem em poucos minutos sem deixarem sobras.

Quanto mais variada for a dieta ministrada, melhores serão os reflexos na saúde dos peixes e no seu desenvolvimento.

O problema que se coloca com a sua manutenção devido ao seu metabolismo é o de criar em pouco tempo condições para obrigar a trocas de água frequentes nos aquários. Quanto menos capacidade e há mais tempo estiver a funcionar o sítio onde estão os peixes, maiores serão as necessidades de trocas parciais a fim de se evitarem problemas causados por bactérias extremamente prejudiciais e mortíferas.

Um aquário de 40 litros a funcionar há 5 meses ou um outro de 200 litros de capacidade mas a funcionar há 11 meses carecem ambos de substituições parciais de água todas as semanas em cerca de 20% do volume total. Ambos os aquários daí a alguns meses, (se não forem renovados entretanto), deverão ser submetidos a trocas parciais de água duas vezes por semana ou mais (na ordem dos 25 %), e assim sucessivamente.

Estes peixes em cativeiro têm uma longevidade de cerca de um ano e meio mas alguns exemplares podem chegar a mais do dobro.


Reprodução



Aliada à sua vasta distribuição geográfica e ao isolamento prolongado de certas populações, as quais perderam o contacto com o resto da espécie durante muito tempo, há duas razões principais para que tal fenómeno de diversificação e até casos próximos da especificação embrionária tenham lugar na espécie Poecilia reticulata.

O estímulo provocado pela selecção sexual promove o desenvolvimento de caracteres secundários que favoreçam os machos na competição pela atenção das fêmeas, contudo as cores que favorecem o acasalamento costumam ser simultaneamente um bom contributo para atrair sobre si os predadores.

Nesta dicotomia evoluem muitas adaptações morfológicas, pressionadas por um lado pela competição sexual e por outro por predadores subaquáticos e aéreos.

Quem já teve oportunidade de observar o Guppy na natureza, nomeadamente em algumas águas das suas origens, aperceberá que o elogiado trabalho dos criadores de linhagens domésticas afinal não é tão fantástico e prodigioso como aparenta. É impressionante o número de padrões de base que se encontravam já nos animais selvagens e que se adivinha logo estarem na origem de algumas das mais conhecidas formas apuradas em cativeiro.

As cores e barbatanas desenvolvidas por selecção artificial que justificam um mercado com uma impressionante vitalidade económica, (e até o aparecimento de clubes e associações especializadas só nessa actividade), constituem o inverso do processo evolutivo natural de milhões de anos condicionado por predadores, como alguns peixes que se encontram em Trindade e Tobago e nas regiões limítrofes da América do Sul continental.

Ao contrário do que acontece com a maioria das linhagens domésticas, os animais selvagens distinguem-se frequentemente pelas diferenças e pela riqueza de diversidade.

Ao contrário das justificações geralmente relacionadas com a endogamia nos animais mantidos em aquário, a redução do tamanho e da taxa de crescimento no seu ambiente natural surge como resposta a situações de carência.

Uma vez que os machos destas espécies cessam praticamente o desenvolvimento corporal após a maturidade sexual, o tamanho com que a atingem ou as condições de plenitude física vai condicionar as suas dimensões finais, daí uma tão grande variabilidade nas medidas dos adultos encontradas entre populações naturais, mas sobretudo entre estas e as linhagens domésticas.

Por outro lado, os machos mais corpulentos conseguem tendencialmente assegurar mais descendência, ou pelo menos têm mais hipóteses de levar a melhor nos confrontos com outros concorrentes no acasalamento.

Embora seja uma espécie de reprodução contínua, é manifesto que precisamente no período do ano onde as pluviosidades são mais elevadas ocorre alguma sazonabilidade, a qual se manifesta numa diminuição drástica nos nascimentos.

No Norte da Venezuela ou em Trindade isso tem lugar especificamente entre Maio/Junho ou Novembro/Dezembro.

Ainda em relação à reprodução, pode-se dizer que os machos apresentam dois tipos distintos de comportamentos. Alguns exemplares apresentam-se habitualmente ao sexo oposto e desenvolvem um conjunto de movimentos rituais de forma a exibirem sobretudo as suas cores. Perante esta ostentação, as fêmeas contempladas reagem aceitando o cortejo e permitindo o acasalamento (inseminação), ou simplesmente recusam e afastam-se rapidamente do galanteador. É particularmente nesta estratégia que se fundamenta a selecção sexual.

Em contraste, outros exemplares optam por uma metodologia completamente diferente. Aproximam-se furtivamente das fêmeas e tentam copular de forma furtiva. Em praticamente todas estas situações, a resposta é a mesma... a tentativa de fuga ao acometimento.

Acredita-se que este último estratagema de acasalamento é menos seguro e eficaz do que o primeiro mas permite, ainda assim, um número razoável de inseminações.

Embora em cativeiro o sistema de acasalamento furtivo supere geralmente o do cortejo, na natureza o balanço entre estas duas tácticas está intimamente ligado ao tipo de pressão predatória e ao tipo de ambiente onde os peixes vivem.

A múltipla paternidade é mais frequente entre aquelas populações em que prevalece o acasalamento furtivo, enquanto a paternidade do mesmo macho em relação a vários embriões da mesma ninhada está geralmente relacionada com o acasalamento ritual.

A gestação em condições óptimas dura entre 22 e 27 dias na natureza. Em cativeiro esse período pode ser em muito superado, nomeadamente quando as fêmeas grávidas são submetidas a angústia ou ansiedade prolongada.

O uso de gaiolas maternidade, muito popular em aquários comunitários, é uma das fontes de stress mais evidentes e que mais estragos provocam numa gestação. Para além de prolongamentos desnecessários, podem surgir complicações que terão como consequência um aumento da taxa de mortalidade à nascença, partos difíceis ou abortos espontâneos.

No entanto, em condições propícias esta espécie torna-se extremamente prolífica.

Um parto pode dar origem a 6 ou 8 crias nas fêmeas mais jovens e ir até cerca de 60 nas plenamente desenvolvidas em condições ideais de procriação.

O canibalismo de recém nascidos é prática corrente em ambientes desprovidos de abrigos para as crias, mas sobretudo onde existam adultos mal alimentados.

Os animais observados no seu ambiente natural distribuem-se ao longo das margens em grupos compostos por várias centena de adultos e outros tantos animais imaturos em diferentes fases de desenvolvimento. De acordo com o tipo de predadores que têm que enfrentar e com a abundância ou não de abrigos próximos, estas comunidades podem formar cardumes densos ou dispersarem-se aleatoriamente pelo espaço disponível, tanto rondando a superfície ou mesmo procurando alimento junto ao fundo onde a água atinja até uma determinada profundidade que não exceda muito cerca de 1 metro.

Nos grupos maiores menos sujeitos a ataques constantes é evidente a maior competitividade entre os machos, revelando-se mais evidentes esforços de cortejo por parte destes. Onde as investidas por parte de animais que se alimentam de adultos são mais frequentes, os machos não possuem uma tão rica variedade de cores e optam mais frequentemente pela cópula furtiva.

As fêmeas demonstram geralmente serem mais atraídas por machos da sua população ou linhagem. Num artigo científico sobre as preferências sexuais dos exemplares recolhidos em 11 diferentes localizações provenientes da Ilha de Trindade em relação aos padrões cromáticos, forma do corpo e dimensões, essa hipótese foi bem demonstrada, nomeadamente a existência de padrões de escolha bem definidos entre fêmeas de diferentes populações selvagens.

Se por um lado os machos tendencialmente evoluem no sentido de se tornarem mais atractivos para as fêmeas à custa de coloração mais e mais exuberante, por outro lado, quanto mais extravagantes forem os indivíduos e as suas cores mais evidentes maiores se tornam as probabilidades de se sujeitarem a serem detectados pelos seus atentos predadores.

Em resultado disso, na natureza, sempre que as fêmeas optarem por evitar o acasalamento furtivo e os assédios, expõem-se em águas mais profundas e desabrigadas, afastando dessa forma os seus pretendentes pelo receio que estes demonstram em enfrentarem os eventuais ataques a que ficariam submetidos se abandonarem a segurança da vegetação ou das águas pouco profundas.

Este comportamento é impossível de ser observado no espaço muito restrito de um aquário doméstico, causando às fêmeas nascidas e criadas em cativeiro a contingência de nunca poderem evitar os machos, (até mesmo nos momentos em que tal separação seria absolutamente incontornável). Já nos lagos ao ar livre, há muitas vezes a possibilidade de se observar esta magnífica estratégia, sobretudo se estiverem presentes outros peixes de maior porte ou até predadores.

1 comentário:

  1. crio em media um pouco masi de 100 guppys. comecei com 4. um macho e 4 femeas. hoje ja tenho muitas femeas e alguns machos. tinha varios, um bem-ti-vi comeu alguns. matei o tal bem-ti-vi. que na verdade é um mau-ti-vi.

    crio numa caixa d'água de 1000 mil litros no quintal.

    separo os machos das femeas e celeciono os machos e as femeas. eles medem cerca de mais de 5 centimetro. creceu amais que informa comentarios de 5 cventimetros. tenho femeas enormes, quase do tamanho do dedo mindinho.

    os machos atacam as femeas sem para, tenhoq eu separar eles pra que elas comam a vontade. eles parece que nao querem nem saber de comer.

    doud e tudo, minhocas, racao de peixes,e ate de gato e cachorro. kekekekekekekekekekeke.; meu contato: produtor-roteiros@bol.com.br

    tenho dosi espadas la dentro tambem. o bem-ti-vi comeu pelo menos o rabo dele, do macho. quase levou meu macho tambem.

    mas nao se reproduzem. ja faz um tempao que tao juntos um macho e uma femea. a femea é menozinha cuada pequena. e o macho grandao e tinha a cauda grande e pontuda. mas o malvado do mau-te-vi comeu o rabo dele.

    as vezes vejo qeu parecem cruzar. queria saber por qeu nao cruzam, demoram pra reproduzir. ok. abraços. quero fazer umc riatorio de varios tipos de peixes. te mais.

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